Manoel Marques de Souza
"Conde de Porto Alegre"
Manuel Marques de Sousa III, o “Conde de Porto Alegre”, nasceu em 13 de junho de 1804, na cidade de Rio Grande-RS. Conhecido como "Centauro de Luvas", foi uma importante personalidade militar brasileira. Oriundo de uma família de tradição militar, incorporou as fileiras do Exército em 1817 aos 13 anos, durante a guerra da Cisplatina. Este conflito é considerado seu batismo de fogo, pois, junto de seu avô e de seu pai, aprendeu táticas de guerra a cavalo nas batalhas ocorridas perto da então província de Jaguarão. Participou ainda ativamente das Batalhas do Pando e da Manga, sendo promovido ao posto de Alferes pelo sucesso na campanha.
Alguns anos depois, em 1835, a província de São Pedro do Rio Grande do Sul se rebelou na Revolução Farroupilha. Esta revolta durou quase dez anos, e o então Capitão Marques de Sousa liderou o exército leal ao governo em diversas batalhas. Durante este conflito, ocorreu uma das passagens mais importantes de sua trajetória militar e determinante para o fim dos confrontos: a retomada da cidade de Porto Alegre.
Nesta ocasião, Marques de Sousa era mantido prisioneiro em um navio-prisão na cidade de Porto Alegre, capital da Província. Com a ajuda dos cidadãos, e movido pelo cumprimento do dever, escapou de seus captores, tomando o controle do local no dia 15 de junho de 1836, garantindo a localidade pelo restante da revolta sob posse dos legalistas. Este evento garantiu-lhe a promoção ao posto de Major, e, dali em diante, passou a ser conhecido como “Porto Alegre”.
Quando deflagrada a Guerra do Prata, Porto Alegre era comandado por Luis Alves de Lima e Silva, futuro Duque de Caxias, Patrono do Exército, integrando a primeira Divisão de Exército no conflito. Devido a sua bravura e destaque, principalmente durante a Batalha de Monte Caseros, foi promovido a Marechal de Campo, e recebeu do Imperador Dom Pedro II o título de “Barão de Porto Alegre”.
Aposentou-se como Tenente-General, até então a segunda maior patente do exército, e brevemente serviu como Ministro da Guerra. Em 1865, durante a Guerra da Tríplice Aliança, Porto Alegre voluntariou-se para retornar ao serviço ativo, recebendo o comando de todas as tropas aliadas na Província de São Pedro. Por conta disso, assumiu o comando das tropas Brasileiras na cidade de Uruguaiana, ocasião em que coordenou a retomada da cidade das mãos inimigas.
No decorrer da guerra, foi elevado ao posto de Visconde, e posteriormente, como recompensa no final dos confrontos, recebeu o título de “Conde de Porto Alegre”, que dá o nome histórico ao 8° Regimento de Cavalaria Mecanizado.
Porto Alegre faleceu no dia 18 de julho de 1875, recebendo honras fúnebres nas cidades do Rio de Janeiro, Rio Grande e por fim, Porto Alegre. É considerado, por alguns historiadores, como um dos maiores militares brasileiros, juntamente com Marechal Osorio - O Legendário e Caxias, patronos da Cavalaria e do Exército Brasileiro.