Resumo Histórico do 8º RC Mec
"Regimento Conde de Porto Alegre"
O 8º Regimento de Cavalaria Mecanizado – “Regimento Conde de Porto Alegre”- tem seu embrião no 14º Regimento de Cavalaria (14º RC), Unidade instituída por Decreto Presidencial de 28 de fevereiro de 1894, do Marechal FLORIANO PEIXOTO, no contexto da consolidação da ordem republicana no Brasil. Estabelecido inicialmente em Itararé - SP, na margem direita do Rio Paranapanema, o 14º RC mudou várias vezes de sede e de denominação, refletindo as injunções políticas da época e as mudanças decorrentes provocadas na Força Terrestre Brasileira.
Em 1924, finalmente, recebeu a denominação de 8º Regimento de Cavalaria Independente (8º RC) e tem sua sede transferida para o Rio Grande do Sul, num enlace definitivo com o povo gaúcho e com esta fronteira meridional do país.
Aqui chegando, acantona seu efetivo sucessivamente em Santana do Livramento e Rosário do Sul, até que, em 1933, instala-se definitivamente em Uruguaiana, neste aquartelamento.
Nesse período teve participação efetiva em várias refregas internas do país. Participou da Campanha do Contestado, nas divisas entre Paraná e Santa Catarina. Na revolução de 1930, seus integrantes chegaram à divisa de São Paulo, em apoio ao movimento vitorioso conduzido por Getúlio Vargas. Em 1932, suas tropas atuaram na revolução Constitucionalista, conduzindo operações contra os revoltosos paulistas na mesma região que abrigara a sua localização inicial, no Vale do Paranapanema.
Com a eclosão da 2ª Guerra Mundial, o 8º RC forneceu vinte cabos e soldados para integrar o 6º RI da Divisão Expedicionária. Deslocados para a Itália, os “pracinhas” do Oitavo combateram ao mais preparado e aguerrido soldado daqueles tempos. Um uruguaianense, por sua bravura e destemor, imortalizou-se defendendo os ideais de liberdade e democracia de nossa Pátria. O cabo Luiz Quevedo caiu mortalmente ferido quando impulsionava seus comandados na conquista de Montese, espetacular baluarte de defesa alemã nos Apeninos.
Em 1971, com a modernização do Exército Brasileiro, o regimento foi transformado em Unidade Mecanizada, equipando-se com o Carro de Combate M3 A1, a saudosa Perereca, e com o Carro de Transporte Scout-Car. Em 1976, recebeu os modernos blindados nacionais, Urutu e Cascavel. Foi um passo histórico. O Regimento aposentava o cavalo, o nobre amigo, instrumento vivo de espírito de corpo do 8º RC, companheiro de jornadas épicas e gloriosas, de exercícios de campanha rudes e prolongados, de operações e desfiles engalanados, de resultados marcantes nos esportes equestres.
No esporte, há que se ressaltar que Uruguaiana foi e ainda é um dos maiores centros irradiadores de Polo nacional, situação adquirida em muito, graças a várias gerações de exímios cavaleiros que, no intercâmbio com ginetes argentinos e uruguaios, desenvolveram e difundiram este nobre esporte pelo Brasil.
Em 1974, recebeu a denominação histórica de Regimento Conde de Porto Alegre. Seu distintivo e estandarte passaram a ostentar o Brasão de Armas de Guerra do ilustre militar brasileiro. A canção do Regimento registra, na sua letra, a estreita ligação do patrono do Regimento com a cidade onde estamos aquartelados e traduz um compromisso de fé para a Unidade: “és o herdeiro da coragem do Conde Guerreiro...”, “Eleva a chama sagrada da vitória, pelos heróis que retomaram Uruguaiana”.
Em novembro de 1994, o regimento recebeu a incumbência de estruturar-se como Unidade de Pronto Emprego, sistemática adotada pelo Exército Brasileiro para dispor de uma tropa de emprego oportuno e imediato, em qualquer ponto da região Sul do país, e, quando convocada, para participar de missões de manutenção da paz em regiões conflagradas. A situação de Pronto Emprego é dignificante para o Regimento e para Uruguaiana porque traduz a importância de ambos no contexto da região Sul do Brasil.
Em abril de 1995, a unidade foi agraciada com a Ordem do Mérito Militar, maior condecoração militar da Força Terrestre.
Durante os anos de 2007, 2010 e 2014, militares do o 8º RC Mec participaram da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH) com o intuito de restaurar a ordem no Haiti, pacificar e desarmar grupos guerrilheiros e rebeldes, promover eleições livres e informadas, fornecer alimentos para os haitianos e formar o desenvolvimento institucional e econômico do pais.
Além de contribuir militarmente para a MINUSTAH, o Brasil intensificou a cooperação técnica e humanitária com o Haiti, com projetos de impacto rápido, os quais incluíram a perfuração de poços artesianos, construção de pontes e açudes, contenção de encostas, construção e reparação de estradas – além de ter atuado em missões de defesa civil, sobretudo após o terremoto de 2010 e o furacão de 2016.
De agosto a novembro de 2019, militares do 8º RC Mec atuaram na Força Tarefa Logística Humanitária para o estado de Roraima. Além do trabalho realizado de ordenamento da fronteira,, o foco principal da missão humanitária foi a interiorização, considerada no momento o fator essencial para o sucesso da missão, possuindo caráter voluntário e atenção especial aos desassistidos na área de fronteira do estado de Roraima e na cidade de Manaus. Estima-se que mais de 24.000 imigrantes foram interiorizados em vários estados Brasileiros, fortalecendo assim a imagem do Exército Brasileiro e a confiança da população no trabalho desenvolvido pela Força-Tarefa. Essa Operação enobrece o soldado brasileiro e torna o Exército realmente digno de ser considerado ”Braço forte e Mão Amiga” desta nação.
No dia 3 de junho de 2020, o 8º RC Mec recebeu as Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal médias sobre rodas Guarani, fruto da modernização das tropas mecanizadas do Exército Brasileiro. Ao todo, o Regimento recebeu nove viaturas com o material mais moderno da Cavalaria Brasileira, desenvolvido em solo nacional, após mais de quarenta anos do recebimento das viaturas Cascavel e Urutu.
Esta é uma pequena síntese dos principais fatos que honram a história desta secular Unidade. Nós, que hoje formamos à retaguarda do Brasão de Armas do Conde de Porto Alegre, ostentado no estandarte do Regimento, temos a consciência da responsabilidade que repousa sobre nossos ombros. Responsabilidade em corresponder a confiança do escalão superior, bem cumprindo todas as missões recebidas, e com a história dignificante desta Unidade Militar. Temos um orgulho incontido de integrar o 8º Regimento de Cavalaria Mecanizado na sucessão de tantos que já o fizeram com igual entusiasmo de pertencer a esta tradicional Unidade de Cavalaria de Uruguaiana.